19 de jun. de 2009

Merecia um post-it

Terça-feira à noite na Comfil. O pátio do Benê está movimentado por causa das eleições e do xerox. Vem um pessoal da sala na minha direção e começamos a conversar.

Um morcego passa rasante de quando em quando, assustando algumas pessoas. Natália é uma delas e reclama:
-Tenho medo.

Levando-a pouco a sério, digo que estou ali há meia hora e que o bicho não havia feito mal a ninguém e que não faria.

Vem a resposta da colega de classe:
- É que eu tenho bat-fobia.

Merecia um post-it.

15 de jun. de 2009

CDs > Últimas Aquisições

Acordei meio caipira hoje. Comprei dois CDs de música country (pop, mas country sim). Nada muito obscuro, dois álbuns de dois medalhões (porque até a Dolly Parton está virando hype hoje em dia):

Dixie Chicks - Taking The Long Way

Eu já tinha uma versão mezzo-legal desse CD de 2006, mas resolvi apoiar as caipiras de esquerda, porque elas merecem. Por trauma (clique AQUI pra entender), elas se afastaram uma boa medida do country. Deixaram de ser as tontinhas do Texas e viraram mulherões politizadas e bem-vestidas. Esqueça os Grammys e preste atenção nas letras amargas e pessimistas. Dá vontade de casar com todas elas - ah, Natalie...


Ouça "Taking the long way around".


Alan Jackson - The Greatest Hits Collection

O rei dos rednecks! Onze em cada três alabamanses sabiam quem o homem do bigode era. Alan Jackson, meio desconhecido por aqui, é o verdadeiro monarca da música country-pop dos anos 90. Tem gente mais interessante que ele, claro, mas as canções do velho Alan agradam à família branca-protestante-que queima cruzes toda... Bom, de fato o country é um metier conservador (exceto pelas moças acima).


Ouça "Chasin that neon rainbow", desse CD.

14 de jun. de 2009

Pensar pra fumar

Alguns lugares começaram a se preparar para a lei antifumo do governo estadual (dizem por aí). Vi dois exemplos recentemente. O boteco na frente do trabalho não impede ninguém de fumar, mas também não coloca mais cinzeiro na mesa. Bitucas acabam se espalhando pelo chão.

Hoje, no Fifties, vi que a tradicional área de fumantes está com placas de "proibido fumar" (e com o número da tal lei embaixo). Claro, não há cinzeiros e ninguém estava fumando. Aposto que se um cigarro fose aceso, os garçons iam pedir pra apagar, calmamente.

Essa lei é controversa. Impedir as pessoas de fumar em locais públicos pode parecer um acinte para quem quer tomar uma cerveja em paz. A verdade é que a fumaça do cigarro, no melhor dos casos, é malcheirosa e incômoda. Fumar, um hábito que comprovadamente é nocivo a quem é viciado e a quem está por perto, ainda é um direito, uma escolha individual; o que se fez foi proteger o bem comum de não ser prejudicado pela fumaça em detrimento da liberdade de se fumar em certos espaços públicos.

Apesar de achar um pouco exageradas as determinações (como a de não permitir nem um fumódromo com exaustores), penso que essa é uma abordagem correta para a questão. Há quem contra-argumente usando o álcool como exemplo. Uma coisa de cada vez. Trata-se de uma legislação sobre cigarro. Que se discuta o álcool em outro contexto.

Outro possível problema da lei (esse meramente procedimental) é a possibilidade de fazer denúncias por meio de fotos amadoras (de celular, etc). Claro que a fiscalização será um problema, mas não é bom que a coisa seja tão automática assim. Incentivar as denúncias é uma boa idéia, mas não sem dar direito de defesa para o estabelecimento. Criar alarmismo pode ser um problema.

A tensão aumenta a cada dia. Os fumantes estão com seus dias contados nas noitadas.

12 de jun. de 2009

Conversa roubada

Rio de Janeiro, outubro de 2005; banca de jornal em Copacabana.

(Senhora de idade; mais de 60 anos)
- Na época da ditadura é que as coisas funcionavam. Olha só o que estão fazendo com o nosso Brasil, que absurdo! Deixaram na mão desses molengas e agora está tudo se acabando. Ai, meu deus, o nosso país era tão bom...

(Jornaleiro)
- ...

(Cliente n°1)
- ...

(Cliente n°2)
- ...

Enquanto ela se afasta, vou até a estante das revistas ver para onde ela olhava enquanto falava sozinha. A capa de algum semanário declarava ser alarmante o avanço do desmatamento da Amazônia.

10 de jun. de 2009

Dia-a-dia


Quando as coisas começar a ficar bem mais divertidas.

8 de jun. de 2009

Conversa roubada


Zona Oeste; 19h20

Bem-vestido, um senhor com pelo menos setenta anos puxa conversa com o motorista na Rebouças:
- Esse cinto de segurança não deve segurar nada, não é?

O motorista diz qualquer coisa que não entendo, o motor faz muito barulho (distância da conversa:1,5m). Continua o animado ocupante do primeiro banco à direita:
- A Globo deveria mostrar esse banco que vocês têm de usar. Um absurdo!

Um marronzinho multa o táxi que tentou fazer uma conversão proibida e acabou atravancando o trânsito:
- Esse Detran só serve para dar multa, para ver a situação de vocês no ônibus eles não prestam!

Rebouças com a Paulista parada. Mais de dez minutos no mesmo farol; o cobrador oferece balas de iogurte ao motorista. Os carros mudam de faixa sem dar seta.

No primeiro ponto da Paulista, desce o senhor, carregando seus cabelos prateados. Vira-se para o motorista, com um só pé no primeiro degrau:
- Eu vou de metrô que eu chego mais rápido na Ana Rosa!