14 de jun. de 2009

Pensar pra fumar

Alguns lugares começaram a se preparar para a lei antifumo do governo estadual (dizem por aí). Vi dois exemplos recentemente. O boteco na frente do trabalho não impede ninguém de fumar, mas também não coloca mais cinzeiro na mesa. Bitucas acabam se espalhando pelo chão.

Hoje, no Fifties, vi que a tradicional área de fumantes está com placas de "proibido fumar" (e com o número da tal lei embaixo). Claro, não há cinzeiros e ninguém estava fumando. Aposto que se um cigarro fose aceso, os garçons iam pedir pra apagar, calmamente.

Essa lei é controversa. Impedir as pessoas de fumar em locais públicos pode parecer um acinte para quem quer tomar uma cerveja em paz. A verdade é que a fumaça do cigarro, no melhor dos casos, é malcheirosa e incômoda. Fumar, um hábito que comprovadamente é nocivo a quem é viciado e a quem está por perto, ainda é um direito, uma escolha individual; o que se fez foi proteger o bem comum de não ser prejudicado pela fumaça em detrimento da liberdade de se fumar em certos espaços públicos.

Apesar de achar um pouco exageradas as determinações (como a de não permitir nem um fumódromo com exaustores), penso que essa é uma abordagem correta para a questão. Há quem contra-argumente usando o álcool como exemplo. Uma coisa de cada vez. Trata-se de uma legislação sobre cigarro. Que se discuta o álcool em outro contexto.

Outro possível problema da lei (esse meramente procedimental) é a possibilidade de fazer denúncias por meio de fotos amadoras (de celular, etc). Claro que a fiscalização será um problema, mas não é bom que a coisa seja tão automática assim. Incentivar as denúncias é uma boa idéia, mas não sem dar direito de defesa para o estabelecimento. Criar alarmismo pode ser um problema.

A tensão aumenta a cada dia. Os fumantes estão com seus dias contados nas noitadas.

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