21 de set. de 2010

Ópera para as massas

Fachada da mais nova casa de ópera de Londres
Em algum momento do passado se decidiu que ópera era coisa erudita e para poucos e assim ficou. O ingresso custa caro, as produções são sempre grandiosas e em lugares nada acolhedores para pessoas que não ganham muito dinheiro e não tem o costume de vestir um terno para ir a um teatro.

Parece que alguém percebeu o absurdo disso em Londres e resolveu abrir uma casa de ópera que é, na verdade, um pub. Não mais do que cem pessoas assistirão à montagem de "O barbeiro de Sevilha" na inauguração da King's Head em 26 de outubro.

Com o preço do ingresso mais a 15 libras esterlinas, a nova casa no norte da capital britânica quer devolver ao povo o que sempre foi dele. Óperas eram muito populares quando esse tipo de obra ficou famoso, assim como as letras das músicas. O culpado por elitizar a audiência da ópera deve ter sido o século XX, assim como o século XXI está fazendo com os shows de rock (R$ 200 para ver um festival?).

Jonathan Miller, 76, um dos patronos da King's Head, acha "um absurdo" o fato de que pessoas deixem de ir à ópera por causa do preço. Para ele, "vivemos numa sociedade injusta" e isso justificaria a iniciativa. A programação vai contemplar tanto os clássicos como novas produções. Será que a ópera de robôs do MIT passa por lá?

O mesmo deveria acontecer por aqui, especialmente na São Paulo das casas de shows batizadas por bancos e das caras apresentações de música clássica cravados no empobrecido e sujo Centro. Não vou nem começar a falar sobre a Virada Cultural.

Leia mais sobre a King's Head no Guardian.

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