21 de out. de 2010

Velho Doutor

Dr. John, 69, é um dos maiores pianistas de blues da história. Já tocou (para um auditório vazio) no Brasil, participou do documentário "Piano Blues", de Clint Eastwood e tem um disco de funk/soul que é desconhecido e essencial - "Right place, wrong time".

O velho cidadão de New Orleans não é só um pianista técnico, mas também sabe tocar cada nota e cada acorde na hora e intensidade certas. Ele consegue fazer um suingue como ninguém e é excelente nas canções mais tristes, os "blues" propriamente ditos.

Eu sou fã dele desde que o descobri. E isso aconteceu ouvindo um dos maiores discos de todos os tempos em qualquer estilo: "Dr. John's Gumbo". No álbum, de 1969, Dr. John mistura a música mais tradicional de New Orleans com soul e funk, já apontando o caminho que ele seguiria nos anos 70, quando experimentou bastante com timbres e batidas esquisitas.

A partir dos anos 90, Mac Rabbenack, seu nome real, resolveu buscar as raízes mais antigas do piano e começou uma série de discos dedicados à tradição da cidade mais divertida dos EUA. Fez homenagens aos spirituals, às nações do Mardi Gras e falou sobre a tragédia do Katrina no álbum "The city that care forgot".

Em junho de 2010 lançou "Tribal", mais um disco de volta ao passado. Por causa desse lançamento, foi chamado aos estúdios da rádio Jazz 24 para uma performance de voz e piano. Apesar de não ser exatamente famoso, Dr. John é reconhecido por quem entende de blues como um dos músicos essenciais do gênero, alguém que não só repete os velhos standards e cria novas possibilidades dentro de um tipo de música aparentemente limitado.

Ouça a apresentação de Dr. John e entenda por que ele é tão bom.

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