21 de nov. de 2010

Planeta Terra 2010

Estive ontem no Playcenter cobrindo o Planeta Terra para o site da revista Trip (leia o texto feito por mim e Millos Kaiser). Não foi o melhor dos festivais que eu já vi. Teve seus altos e baixos. Alguns altos muito bons e baixos deprimentes. Como só vi o palco principal, o indie stage fica sem comentário.

Mombojó: são excelentes ao vivo e acabam de lançar seu melhor disco, Amigo do tempo. Não entendi porque tiveram de tocar antes dos Novos Paulistas.

Novos Paulistas: o que diabos foi isso? Juntar todos os cantores mais ou menos paulistas e colocar na mesma banda não melhorou nada para ninguém. Eles fizeram questão de falar várias vezes que são amigos e o show era realmente só para os amigos gostarem, porque o público estava indiferente. Fora o nome, que é muito pretensioso. Foi o momento vergonha alheia do festival. Só não ganharam do Smashing Pumpkins como pior show do festival porque havia pouca gente.

Of Montreal: agradou muito ao público e foi a primeira muvuca da noite. Repertório dançante, dançarinos fazendo performance, luzes psicodélicas e o vocalista Kevin Barnes comandando o palco com competência. Para mim, faltaram músicas do disco "Satanic panic in the attic", mas tudo bem.

Mika: fez delirar homens, mulheres, gays e lésbicas. É impressionante sua performance no palco. Dança, grita e pula como se estivesse num musical com Fred Astaire. As músicas funcionam muito bem ao vivo e ele transformou a pista numa balada, pela primeira e única vez na noite.

Phoenix: é uma ótima banda, mas o show poderia ter sido melhor. Começou bem, mas lá pelas tantas, a banda entrou numa viagem instrumental que durou alguns minutos e esfriou o público. O som parecia um pouco abafado. Quando Thomas Mars acordou de novo, botou fogo na plateia e acabou o show num stage dive épico.

Pavement: em uma palavra, foi lindo. Um show pesado, com energia e músicas bem-executadas. Aposto que foi bem melhor que Hot Chip. A plateia estava bem vazia, justamente porque muita gente quis ir ao outro palco dançar. Perderam o melhor show do palco principal, quiçá do festival todo.

Smashing Pumpkins: uma vergonha. Nem se pode chamar aquilo de Smashing Pumpkins, está mais para "Billy Corgan e seu trio de molequinhos". O careca se perdeu. Não sabe mais montar setlist e acha que sua banda é o Led Zepellin e ele, Jimi Hendrix: tocou o hino americano com os dentes na guitarra, o baterista fez um solo de três minutos, uma tragédia. Os clássicos estavam lá, mas o desânimo era tanto que ninguém se empolgou. O público foi deixando o palco ao longo da apresentação, que parecia que nunca ia acabar. Uma coisa engraçada é que o melhor show que vi na vida foi o do próprio Smashing Pumpkins em 1998, no Olympia. Na época, eles lançavam o disco "Adore". Fizeram até cover de Talking Heads. Ontem, vi o pior show da minha vida, também do Smashing Pumpkins. Ironia.

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