20 de jan. de 2011

Internet e (falta de) liberdade

Algumas pessoas disseram que o texto do post anterior sobre internet e liberdade estava um pouco vago. Concordo. São formulações ainda não bem-formuladas, por mim nem ninguém. Não sabemos das totais possibilidades da internet, como saberemos de seus impactos sociais e políticos? Isso não nos impede de pensar e - principalmente - errar. Mas não devemos desistir de tentar.

Um dos que anda pensando e escrevendo sobre isso é o Evgeny Morozov, colunista da Wired. Outro dia topei com o artigo "Why the internet is a great tool for totalitarians" ("Por que a internet é uma ótima ferramenta para [regimes] totalitaristas"). Aqui, Morozov não só lida com os meios opressivos de controle da internet, como censura explícita e controle de servidores, mas também com a informação que circula "livremente" por redes sociais e afins. Esses dados podem servir para achacar opositores sem grandes custos e sem dispender a inteligência que era necessária na época da Guerra Fria: espiões, agências enormes, interceptações telefônicas.

Mais uma vez, não quero dar uma resposta definitiva. A democracia já era um assunto complexo sem a internet, ficou mais difícil (e divertido) pensá-la com a rede em ação. No entanto, ainda acho que nosso foco deve sempre ser o mundo real e suas instituições. Vejo uma grande pressa em transferir todos os nossos esforços de cidadania para o terreno virtual, um que ainda é relativamente desconhecido e pouco regulado.

Veja dois trechos do texto de Morozov e leia o artigo inteiro, vale a pena:

Calling China’s online censorship system a “Great Firewall” is increasingly trendy, but misleading. All walls, being the creation of engineers, can be breached with the right tools. But modern authoritarian governments control the web in ways more sophisticated than guard towers.

(...)

Superpowers like China have to engage with the global economy. So for them, the best censorship system is the one that censors the least. Millions of people already disclose intimate social data on Facebook, LinkedIn, Delicious, and their Russian and Chinese alternatives—and that’s all the data governments need to pick the right target.

"Why the internet is great tool for totalitarians", de Evgeny Morozov (Wired)

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