18 de fev. de 2011

Quase resenha: The King of Limbs, do Radiohead

Vamos lá: as impressões sobre The King of Limbs, oitavo disco do Radiohead. Mantém o padrão Radiohead de qualidade, mas não é inesquecível. Deve agradar os fãs, continuar a faze-los encher estádios e festivais pelo mundo, mas não tem o mesmo poder que In Rainbows teve (porque era um disco de rock/pop de altíssima qualidade) ou Kid A (um disco extremamente experimental). Meu favorito continua a ser OK Computer.

1. Bloom
O começo remete a Kid A por causa da batida quebrada sobre uma base eletrônica. Thom York ecoa seus lamentos pela faixa, num fado repetitivo do século XXI.

2. Morning Mr. Magpie
Guitarras aparecem pela primeira vez, acompanhadas pela indefectível bateria de Phil Selway. Uma batida incômoda, rápida, mas não suingada o suficiente para uma pista de dança. Como já é de praxe, as sobreposições de frases musicais e efeitos fazem a faixa evoluir, alternando entre silêncios leves e momentos de histeria harmônica. Fraca.

3. Little by Little
Protagonismo das guitarras e uma batida percussiva e repetitiva, á la In rainbows. Melodia complexa e bonita. Interpretação clássica de Thom York, abusando dos falsetes. Usam a fórmula gasta por eles mesmos de parar a música por alguns instantes a fim de criar clímax e depois retomar o rumo "natural" da dinâmica dos instrumentos. A melodia podia ter sido melhor explorada.

4. Feral
Mais uma vez, citação a OK Computer, o mais enigmático e difícil dos discos da banda. Uma batida parecida com a da primeira faixa, mas mais frenética dá o ritmo para experimentações com efeitos na voz de York. O baixo conduz a parca melodia de três notas.

5. Lotus Flower
Bem Radiohead. Nenhuma surpresa e nenhum arroubo de criatividade. Se no último disco, In Rainbows, a banda preferiu voltar ás guitarras e timbres crus, aqui parece que o eletrônico volta a ganhar força, mas sempre guiado pela melodia. Vocês vão reparar que "Lotus flower" é uma faixa bem pop

6. Codex
Um pianinho reverberante, um naipe de metais, cordas, e a melancólica voz de Thom Yorke garantem o momento "isqueirinho na mão" do disco. Nada demais, mas não incomoda.

7. Give up the ghost
Muito presente em In Raibows, o violão só aparece na penúltima faixa de The King of Limbs. No estilo de uma ladainha, um mini-coro desmaiado de Thoms Yorkes e (possivelmente) Eds O'Briens fica de fundo para um som que pode ser um pistão de vara ou um efeito eletrônico qualquer. Ou até uma guitarra, se você pensar que o Sigur Rós faz as suas soarem como uma orquestra.

8. Separator
Bateria, guitarrinhas fraseando e um baixo espertinho numa melodia pop que certamente vai parar em algum filme da Sofia Coppola. Como todo o disco, não apresenta nada de novo, mas também não compromete.  

Conclusão: vale o download (pago), mas não o pacote com vinil, jornal, etc.

Baixe o disco The King of Limbs.

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