27 de mai. de 2012

Domingo é fado



Eu não sabia que gostava de fado até ouvir a coletânea "Fado - World Heritage", CD duplo com os principais artistas portugueses do gênero. Horas de sofrimento, sotaque carregado e notas metálicas choradas pelas guitarras portuguesas das 40 faixas da compilação. Como o domingo em si já é um fardo, escolhi uma faixa mais leve para comemorar a depressão semanal. A bela Ana Moura cantando "Caso Arrumado". Porque domingo é fado.

22 de mai. de 2012

Sem tédio


Lendo a descrição do que é o disco “Silfra”, de Hillary Hahn (violino) e Hauschka (piano), tive medo do tédio que ele poderia provocar: dois especialistas em música clássica improvisando livremente, numa gravação ao vivo. Parecia uma roubada certa.

Depois, descobri que Hahn já esteve em turnês com o cantor de folk Josh Ritter. Em seguida, li que antes de entrarem no estúdio, a dupla passou dois anos se encontrando para tocar junto, uma preparação para “Silfra”.

Veio uma coragem maior e ouvi o novo álbum inteiro, sem pausar nem me aborrecer. Hahn e Hauschka souberam transformar a suposta falta de regras em um aliado. A liberdade de seguir o que lhes pareceu apropriado fez de “Silfra” uma trilha sonora sem filme.

Virtuosismo e a “arte pela arte” não são as guias do disco. Há uma sabedoria acumulada, alimentada pela preferência deles por Bach e Tchaikovsky, dois compositores que gostam de um bom refrão e frases musicais de efeito. E, claro, a experiência de Hahn com a música “normal” deve ter seu peso, afinal, nada melhor do que ter um limite de três ou quatro minutos para aprender concisão.

Temos um disco de música com tons de “erudita”, mas, sem hesitar, passeia pelo jazz e cita até o pós-rock (de bandas viajantes como Sigur Rós). Um disco que vale o risco do tédio, que nunca aparece.

Ouça “Silfra” no site da NPR.

4 de mai. de 2012

Vida Simples - Pescaria


O tema da matéria estava dado: o que a pesca pode ensinar mesmo a quem não é adepto dessa atividade. Era necessário achar algo que interessasse aos leitores da Vida Simples e ainda contasse uma boa história. Pensei em me aprofundar na técnica para entender melhor como funciona a cabeça de um pescador, mas era muita informação a ser apreendida. Coisa que leva anos para aprender não se ensina em alguns dias.

Vasculhando minhas memórias e conversando com especialistas no assunto, decidi que o melhor seria achar personagens que encarnassem o espírito atento de um bom pescador. Um deles veio da minha infância. Passei incontáveis manhãs de finais de semana assistindo ao bom e velho Pesca e Companhia, apresentado pelo "encantador de peixes" Rubinho de Almeida Prado, o Rubinho. Ele foi um dos responsáveis por tornar a pesca esportiva um esporte rentável e profissional. Rubinho largou a carreira de economista no Citibank para fazer o programa. E nunca teve tempo de se arrepender.


Difícil foi chegar a Peter Santos Nemeth. Primeiro porque nosso encontro foi em Ubatuba, a mais de 200 quilômetros de São Paulo. Peter largou a carreira de publicitário formado e empregado para dar um passo corajoso: virou caiçara. De verdade. Pescava de canoa, tinha (tem) uma criação de mariscos e aprendeu os modos de vida do povo local. Assim viveu por seis anos, já presidente da associação de pescadores artesanais da Praia da Enseada.

Duas histórias que trazem em suas essências a necessidade de mudar e a vontade de estar perto da água, dos peixes e de tradições que pouco compreendemos. As duas motivadas pela pesca, uma atividade tão antiga quanto é ser um humano. Você deve estar se perguntando sobre os porquês e os "comos" de Peter e Rubinho. Bom, isso só na revista Vida Simples de maio, que está nas bancas.

2 de mai. de 2012

Bobagem da semana - 100 anos em 26 assobios

Um pessoal chamado cdza fez esse vídeo juntando 26 momentos assobio de músicas famosas. Várias delas são clássicos das antigas e outras mais novas. Bela maneira de perder três minutos. Vi na The Atlantic.